26 de dez. de 2011

Tudo tem seu tempo

@pv_lopes

Há tempo para tudo. Precisamos apenas ter a paciência necessária para compreender isso.

Agora é o tempo de pensarmos coletivamente. Tempo para desejar bom dia ao vizinho, para colaborar com alguma causa que lhe faça sentido.

Tempo para entender que pequenas ações podem gerar grandes mudanças.

11 de dez. de 2011

O primeiro. O segundo.



O primeiro começa com uma cama rangendo e algum suor. O segundo passa as horas transformando-se em  fóssil e desfazendo-se em pó. O primeiro sente-se satisfeito e de certo modo até confortável, embora não faça ideia de que está discutindo com um vaso de flores. O segundo ainda espera que esqueçam seu rosto numa pequena cidade da Bahia. O primeiro afasta as cadeiras pra vomitar e consegue cambalear até o sofá. O segundo sente-se forçado a abandonar a casa de três andares dos pais por achar que não saberia como lidar com eles depois que as notícias da sua viagem chegassem até os ouvidos deles. O primeiro não sabe, mas tem um tumor qualquer em alguma parte do corpo que irá parar de funcionar e matá-lo depois de um ou dois anos de internação. O segundo perderá a vida durante o sono e passará seus últimos 11 anos de existência tentando deixar algum traço da sua personalidade no seu sobrinho. O primeiro consome um fim-de-semana inteiro na cama lendo On The Road pela segunda vez. Faz 4 refeições durante esse tempo. O segundo sente-se atraído por louras de salto alto maiores do que ele mesmo. O primeiro descobriu que tem um filho de dois anos há três dias. O segundo espera calado até que seu terceiro inquilino do ano acalme a esposa para lembrá-los de que o aluguel está atrasado. O primeiro perde bêbado o último ônibus de um domingo de céu sem estrelas. O segundo esquiva-se de entregadores de folheto como se tivessem facas nas mãos.

O primeiro vê seu futuro nas lápides do Père-Lachaise. O segundo sequer lembra de que está vivo.

10 de dez. de 2011

"Literatura


Desde que aprendeu a ler a palma da mão, Íris vai até a rodoviária recolher prosa das pessoas que acenam aos que partem.
E versos aos que chegam.
"



8 de dez. de 2011

Faz sempre boa noite


Ilustrações de destaque, design arrojado e fotojornalismo são alguns dos esquemas trazidos à imprensa brasileira por O Cruzeiro, potente revista que circulou de 1928 a 75. Pertencente aos Diários Associados, o negócio morreu na decadência do império de Chateaubriand, mas fez escola.

O site Memória Viva faz um trabalho muito massa de recuperação desta e de outras clássicas publicações. Dá uma olhada! D'O Cruzeiro, tão disponíveis os conteúdos completos de várias edições, incluindo a seminal e a derradeira. (O mais engraçado é um editorial da última edição que jura aos leitores a continuidade da revista.)

A seção "Propaganda" é uma das melhores do site. Tem dezenas de anúncios perolados que passaram pelas páginas d'O Cruzeiro, dos anos 20 aos 60. Bem divertido, tanto pros estudantes de publicidade (meu caso) quanto pros vagabundos (meu caso). Hoje tô útil.

boquinha de cemitério
sempre boa noite
             
                 
estará maluco??? ~ não ~ mal humorado
    
motivacional
                           

5 de dez. de 2011

Hélio Leites


Marcel Duchamp disse que a arte é aquilo que o artista diz que é arte.
Ela vem daqueles que conseguem ver a vida sobre outra perspectiva.

Olhos como o de Hélio Leites.


2 de dez. de 2011

Quando ela o vê


Eis a cena que se passa em frente aos meus olhos e à minha alma.
Qualquer um poderia pensar numa cena de guerra, dirigida por Coppola, vinda direto de Apocalypse Now. Seria um equívoco, mesmo ela possuindo um ferimento fundo, vermelho vivo, aberto abruptamente em segundos. Seu peito aparece estilhaçado e ela, estupefata, mal consegue respirar. Essa cena se repete várias vezes, até no mesmo dia. Me pergunto o porquê da extrema violência. Mal sei eu, ao vê-la naquele estado, que está feliz. Ora, quem supõe que viver um romance é fácil? Cada vez que o vê, seu coração salta de maneira tão feroz e, como um ímã, é puxado em direção a ele. Simples, dessa maneira tão ferrenha. É sempre uma batalha para trazê-lo de volta. O suficiente vem, mas um bocado significante de seu coração sempre segue com ele. A sensação é de completa impotência. Ela o pertence por inteiro, não há o que fazer. Resta a esperança de que ele cuide daquele frágil e louco coração que é capaz de protagonizar tal cena, que chega a assustar meus olhos e minha alma pela tamanha paixão que carrega.


1 de dez. de 2011

Swing grande



Vai vendo!
Já falei dos Novos Baianos por aqui, mas é impossível não voltar a eles de tempos em tempos. Sublime.
É mais ou menos isso que me embala nessa madrugada. Eu não marco touca!